Maria Verônica23/03/2012
Pensa primeiro, gente
pensa direito e com carinho,
se quer se casar
ou quer viver sozinho,
pra mais tarde não deixar
a cruz no meio do caminho.
Todos os dias por aí
comentam pra todo lado,
mais um casal se separou
e outro amasiado.
Claro quem sofre mesmo
são os filhos de pais separados.
Pensa direito, gente
pra depois se decidir.
Não deixa o filho jogado
sem canto pra dormir.
Pois sabem que o mau caminho
é mais fácil pra seguir.
A mãe quer viver com outro,
o pai tem outra a seu lado,
o filho daqui pra ali
sempre abandonado.
Quando acordarem já é tarde
tem um filho viciado.
(do livro MINHA TERRA)
a
Maria Verônica05/03/2012
Saudade é dor escondida
Não aparece pra ninguém.
Só quem sente saudade
Sabe de onde ela vem,
E um alguém do passado
Sabe o motivo também.
Dizem que o amor não dói
Pergunta seu Coração,
Que chora noite e dia
Na mais triste solidão.
Ama alguém que mora longe
Para ver se dói ou não.
O amor chega sozinho
Não conversa com ninguém.
Ele chega e se arrancha
No coração de alguém.
De repente vai embora
Fica a saudade, o amor não vem.
Eu aprendi conviver
Com a saudade malvada.
O meu amor foi embora
Eu bem sei que sou culpada.
Só sei que o primeiro amor
Não se esquece por nada.
a
Maria Verônica08/02/2012
Já faz muito tempo que deixei a roça
mas sinto saudades daquele lugar
da velha tapera onde eu nasci
e das águas claras pra gente pescar.
A velha escolinha já foi destruída
construíram prédio pro povo estudar.
Cavalo de pau e bola de pano,
o vovô fazia para a meninada
hoje mudou tudo, a bola é de couro
e toda criança faz cavalgada.
E os velhos trilhos por onde passei
progresso chegou, asfaltou a estrada.
Águas encanadas e eletricidade
também já chegaram na região
do pequeno rio só ficou saudades
transformaram tudo em poluição.
Até animais e a passarada
que alegravam tudo, hoje é extinção.
Sempre vou ali para recordar,
a tristeza aperta vou falar a verdade,
encontro os amigos do tempo de escola
a gente comenta sobre as novidades.
Quando chega a tarde vou me despedir
juntos nós choramos de tantas saudades.
(do livro MINHA TERRA)
a
Maria Verônica25/12/2011
Quando chega o fim do ano
comemoramos com amor
25 de dezembro,
nasce o Cristo Salvador.
Porém eu não me esqueço
trago sempre na lembrança,
o meu natal lá na roça
quando eu era criança.
Eu perguntava à mamãe
onde estava o meu presente,
dizem que o papai Noel
traz muitas coisas pra gente.
Então ela respondia
e começava a chorar,
coitado, está tão velhinho
aqui não pôde chegar.
Ainda existem crianças
morando em velhas palhoças,
nos ranchos de carvoeiras
casas mal feitas na roça.
Onde só reina a pobreza
e o natal é diferente
ninguém tem vinho na mesa
criança não ganha presente.
Peço à mãe do salvador
abençoe essas crianças.
Nos ranchos abandonados
leve um pouco de esperança
Ensinando-as a viverem
com o pouquinho que têm
pois Jesus de Nazaré
foi pobrezinho também.
(do Livro MINHA TERRA)
a
Maria Verônica15/07/1998
Amigo da cidade
venho convidar-te
pra passar uns dias
na roça comigo,
conhecer os campos
e as nossas lavouras,
o rancho pequeno
onde é meu abrigo.
Vem ver de manhã
a fumaça branca
cobrindo o ranchinho
lá no pé da serra,
todas as belezas
que temos no campo,
não compramos nada
produz nessa terra.
Onde você mora
tem coisas bonitas
mas vem conhecer
nossas novidades,
um fim de semana
vou ter esperar
quando for embora
vou sentir saudades.
(do livro MINHA TERRA)
a
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Conheça a Dona Verônica -
Eu, Maria Verônica de Abreu Santos, nasci no dia 9 de abril de 1938, no povoado de Limas do Pará.…
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