Maria Verônica15/05/2020
Se você tem solidão,
Vem aqui pro meu ranchinho.
Você foi abandonado
Eu também estou sozinho.
Estamos na mesma luta
Seguindo o mesmo caminho.
A saudade dói bastante
Só alivia um pouquinho,
Quando encontro um velho amigo
E tomo um bom copo de vinho.
Não estás me conhecendo?
Não recordas quem eu sou?
Na escola onde estudei,
Você também estudou.
A gente brincava junto,
Depressa tudo passou.
Pra um lugar muito distante,
Com seus pais, você mudou.
E depois que me formei
Minha vida transformou.
Numa firma muito rica
Onde eu fui trabalhar,
Amei tanto uma mulher
E com ela fui morar.
Depois de passar dez anos
Ela sumiu do lugar.
Passei tempos procurando
Veio alguém me informar:
Com meu amigo de infância
Ela acabou de casar.
Abandonei o meu trabalho
Me tornei um viciado.
Comprei um rancho na roça
Tento esquecer meu passado.
E você chega chorando
Por ela foi desprezado.
Não estás me conhecendo?
Pois estou mesmo acabado.
Só com a força de Deus
Seremos recuperados.
a
Maria Verônica05/04/2020
Diga esta pequena frase e ficaremos livres deste vírus, que pode ser chamado também de separa famílias. Nesse momento só o Senhor está aqui comigo, não é? Onde estão meus filhos? São todos casados e precisam cuidar de suas famílias... mas antes deste monstro chegar no mundo, os filhos, noras, netos e o genro vinham sempre me visitar, bater um papo comigo.
Hoje um não vem, porque está gripado, outros estão no trabalho, porque a firma ou loja não fechou, e eles precisam cumprir com o dever indo trabalhar. E assim, não podem vir porque estão com medo de trazerem o vírus e o mesmo pegar em mim. Os que viajam não podem vir, pois andaram por muitos lugares e ficam com medo de chegarem perto de mim. Assim, some todo mundo.
Jesus que curou aleijados, ressuscitou o amigo Lázaro, fez tantas coisas bonitas e tantos outros milagres. Sei que pode dar um fim neste vírus que está causando pavor em todos neste mundo. Peço por mim, pois estou fazendo 82 anos, esse é meu tempo de casa nesta terra, que o Senhor nos deu pra viver. Jesus, sou uma cangalha velha, mas gostaria de terminar o tempo que o Senhor marcou para mim, ao lado de meus parentes, amigos e vizinhos, abraçando e pegando nas mãos, sem eles terem medo de me tocarem e nem eu de tocá-los. Sem esse pavor que nos assusta, que nos enche de medo desse vírus invisível que pode estar em todos e em tudo.
Diga que sim Jesus, que hoje mesmo vai esmaga-lo. Pelo amor que tendes as crianças inocentes e aos idosos, diga que sim. Maria Santíssima está pedindo por nós, São Miguel Arcanjo com sua espada pode parti-lo em pedacinhos e São Sebastião que nos defende dos males contagiosos está conosco, mas só Deus pode tudo. Ele balança o mundo, para o povo se unir em oração e compreender que todos somos iguais. Ninguém é maior ou melhor, seja de qualquer raça, idade, estudo, situação financeira, brasileiro ou de outros países. Todos temos os mesmos direitos.
Jesus, interceda a Deus Pai por todos nós, pela conversão dos pecadores e saúde de todos no mundo inteiro. Diga que sim, Jesus, e Deus vai nos livrar deste bicho feio e invisível. Jesus, filho de Deus Pai, diga sim. Amém.
a
Maria Verônica09/03/2020
Minha neta perguntou-me
se eu tinha namorado,
eu respondi que não
tive muitos no passado.
Eu, com 82 anos
levei um susto danado.
Mas, pra neta curiosa
eu deixei bem explicado:
hoje namoro o rosário
está sempre do meu lado.
Foi me fazendo perguntas,
não pensei pra responder:
ele é um bom namorado?
gostaria de saber.
Arrume um igual o meu
para melhor conhecer,
pra namorar o rosário
não é preciso crescer,
comece desde pequena
pra lindas coisas aprender.
Já faz vinte e sete anos
que viúva eu fiquei.
Pra que casar outra vez,
se já experimentei.
Não pense que foi levinha,
a cruz que eu carreguei.
Agradeço muito a Deus
os presentes que ganhei:
sete filhos e uma filha
que com carinho cuidei.
Que menina curiosa,
não cansa de perguntar.
Ela quer saber de tudo
antes da hora chegar.
Carolina por favor
agora vamos rezar,
eu rezo com muita fé
pra grande graça alcançar
quando eu for pro outro mundo
eu não ter que me casar.
(Ditado por Maria Verônica e escrito pela neta Carolina)
a
Maria Verônica09/06/2017
Tem gente que fica falando: recordar o passado é sofrer duas vezes.
Eu sou diferente. Tenho é saudades do passado, mesmo com pobreza e
passando falta de quase tudo. Fico pensando que tempo bom quando
eu tinha meus 8, 9 e 10 anos. Era tão diferente naquele tempo...
As crianças podiam trabalhar na roça plantando milho, feijão,
arroz e tudo mais. Eu e minha irmã mais velha ajudávamos também
a fazer polvilho e farinha de mandioca, trabalhando para uma família
que tinha uma pequena fábrica destes produtos.
Quando era tempo de colher café, a gente tinha muito serviço,
e recebíamos pelo que trabalhávamos. O café era medido em um balaio
ou quarta. Quatro quartas era um alqueire. Um casal já idoso tinha
uma boa chácara e dava serviço pra mais de um mês.
Eles ainda davam o almoço às nove horas, o café com quitandas feitas
em casa ao meio dia e a janta às três ou quatro horas. Era uma delícia!
Quando nossa mãe tinha tempo nos ajudava para o dinheiro
aumentar um pouco. Quando o café secava, eles chamavam de novo
para ir soprar ou como diziam: peneirar para ser guardado em grandes
caixas de madeira.
A vida era boa! Nós brincávamos nos dias de folga e quando tinha
serviço trabalhávamos. A lei não proibia trabalho de criança.
Hoje ficam aqueles moleques pelas ruas desligando o relógio da Cemig,
deixando sem energia as casas de muita gente que pensando
que é serviço na rede. Demoram a descobrir que o relógio foi desligado.
Quando é noite piora ainda mais, porque pega a gente de surpresa
e fica tudo na escuridão. Eu já fico atenta quando começa a escurecer,
já acendo uma vela e coloco em cima da pia da cozinha, para não ter
perigo de pegar fogo em nada, e não ficar perdida dentro de casa
até que encontro uma lanterna. À noite não abro o portão para ver
se foi desligado ou a energia acabou, tenho medo de ser atacada
por marginais. Outros tocam a campainha e parece que vai explodir tudo,
qualquer hora, dia ou noite. A bela lei que fizeram diz que
trabalhar não pode, mas amolar os vizinhos ou o bairro inteiro pode.
Às vezes fico pensando como vai ser este mundo, para os que estão nascendo
hoje ou os que vão nascer. Como será a vida para os que vão viver
daqui a 40 ou 50 anos? Será que vão encontrar paz? Terão bons governadores?
Os políticos vão abraçar o povo só em tempo de eleição como fazem agora?
Vão encontrar água pura? Encontrarão emprego? Será que vão conhecer feijão
e poderão comprar? E nas ruas encontrarão pelo menos um trilho para passarem,
sem perigo de serem atropelados? E a saúde vai estar mais sadia?
E quem sofre com o câncer ou AIDS, serão curados sem tanto sofrimento,
ou já terão descoberto a vacina? Professores e professoras terão forças
para continuarem trabalhando 200 dias por ano ganhando esta mixaria?
Vão continuar fazendo reunião quase todos os sábados para os professores
como fazem hoje? Eles não podem descansar nem no fim de semana,
conversando coisas sem pé, nem cabeça. Os filhos serão mais educados
com os pais e pessoas idosas? O povo daqui a 40 ou 50 anos vai conhecer
uma árvore nativa, madeira de lei no campo? Ainda vai existir casamento?
Os idosos vão conseguir aposentadoria?
As fábricas de bebidas vão conseguir fabricar bebidas alcoólicas para todos?
O povo vai passar o dia todo no celular como muitos fazem hoje?
E a crise financeira, será difícil? Ou vai piorar?
Terá muita gente endividada ainda? Tomara que alguém guarde este livro
e possa responder todas essas questões daqui a 40 ou 50 anos.
Queridos amigos e amigas que já leram meus livros,
este é o sexto e talvez o último que escrevo. Estou sentindo fraqueza nas vistas,
com dificuldades de escrever. Não fico triste, pois já tenho muitas poesias escritas
que foram feitas com carinho e posso me elogiar, pois são todas rimadas.
Elas podem ser lidas ou cantadas, é só colocar uma música bonita,
pois elas tem começo e fim no mesmo assunto, como se fosse uma história bem contada.
Escolho muito bem o assunto que vou formar as poesias.
Graças a Deus minha cabeça está ótima, posso fazer muitas outras,
mas a vista não está ajudando. Esta é a nossa vida, cada ano uma etapa diferente.
A cruz vai pesando cada dia mais, mesmo assim sou muito feliz.
Se conseguir escrever mais algumas coloco na internet,
quem gosta pode procurar: donaveronica.com.br (Texto final do Livro Revivendo o Passado - publicado em outubro de 2016)
a
Maria Verônica20/05/2017
Jesus curava os doentes,
Aliviando a dor
E muita gente o seguia
Pedindo graças ao Senhor.
À multidão abatida
Como ovelha sem pastor,
Peçam ao dono da messe
Ele disse com amor,
Pois a colheita é grande
E pouco trabalhador.
Que mande mais operários
Para ajudar a colher.
O reino de Deus está perto
Todos precisam saber.
Venham curar os doentes
Já cansados de sofrer,
Ler a escritura sagrada
Para o mundo conhecer.
Vão ajudando explicar
Pra todo povo aprender.
Não leve bolsa e sacola
Só aquilo que vão usar.
Ficai pousados na casa
Onde a paz encontrar.
Eu estou lhes enviando
Pra todos males curar.
Saibam que o trabalhador
Merece o sustento ganhar.
Curai os surdos e mudos
Faz mortos ressuscitar.
Ide as aldeias vizinhas
Curando a quem precisar.
Deseje a paz para todos
Onde a paz encontrar.
Quando não vos receber
Deixe aquele lugar,
Limpe a poeira dos pés
Onde não vos aceitar,
Pois a paz que recusaram
Pra vocês irá voltar.
a
Maria Verônica01/05/2017
Mês de maio, mês de Maria,
Mãe do Cristo Salvador!
Me guarde no coração
Pois sou grande pecador.
És a mãe de todos nós
Nos livrai da perdição,
Quero caminhar contigo
Pra encontrar a salvação.
Virgem Santa, ajude as mães
Educar os seus filhinhos.
Pois tem muitas novidades
Levando-os pro mau caminho.
O que dava bons conselhos
Até já desanimou,
O que leva a perdição
Cada dia aumentou.
Parabéns pra minha mãe!
Deve ter filho cantando,
Em muitos cantos do mundo
Também tem mamãe chorando.
Parabéns Nossa Senhora
Nossa mãezinha querida!
Pede a Deus por todos nós
Mais amor, saúde e vida.
Mamãe é pra toda vida
Não é só dia marcado.
Tem filho que deixa a mãe
E tem filho abandonado.
Ser mãe é igual Maria,
A Virgem Mãe de Jesus,
Cuidou desde pequenino
Até o martírio da Cruz.
a
Maria Verônica29/04/2017
Estou desde manhã
Pensando o que vou falar,
Eu gosto dessa mulher
Mas não vou encontrar.
Ela quer dinheiro
Onde vou tirar?
Eu não tenho carro
Ela quer viajar.
O carro emprestado
Consigo arrumar,
Mas a gasolina
Com que vou pagar?
No sofá da sala
Eu fico deitado.
A mamãe me adula
Papai tem xingado
Hoje ele é aposentado.
Eu procuro emprego
Não tenho encontrado,
Deixei os estudos
Eu não sou formado.
Trabalhar no campo
Eu acho pesado.
Só saio de casa
Pra ir jogar baralho,
Se a casa é longe
Vou pegando atalho.
Eu não ando a noite
Porque tem orvalho.
Tenho um bom amigo
Que me dá carona, quebra o galho.
Falam certas coisas
Eu me atrapalho,
Dizem que procuro:
quem inventou o trabalho.
a
Maria Verônica29/04/2017
Amigo da cidade, venho convidar-te
Pra passar na roça uns dias comigo,
Conhecer a terra onde eu nasci
Também o ranchinho onde me abrigo.
Sei que na cidade tem coisas bonitas
Mas aqui onde moro, tem mais beleza.
Pois na cidade tudo é construído
O que tem na roça é dom da natureza.
Vem ver de manhã a fumaça branca
Cobrindo o ranchinho lá no alto da serra.
Aqui na roça, nossa previsão:
Neblina no alto é chuva na terra.
Espero você com sua família
Pra ver como é lindo o entardecer.
Parece um filme que Deus coloriu
Não é proibido todos podem ver.
Não precisa ter medo de escuridão
Aqui também temos eletricidade.
Eu sempre ligo a televisão
Pra ficar sabendo se tem novidade.
Aqui na roça é um pedaço do céu,
Como protetora tem Virgem Maria
O guarda noturno é o Sinal da Cruz
Nos protege a noite e durante o dia.
a
Maria Verônica22/04/2017
Num piscar de olhos a vida muda
Me vejo sozinho aqui neste bar,
Não vejo mais aquela mulher
Que um dia chorando veio me falar:
Quero um amigo que não seja falso
Estou precisando é desabafar,
Por favor eu peço: não pergunte o meu nome
E nem porque estou neste lugar.
Então eu fiz como ela pediu
E fiquei calado para escutar.
Passaram semanas, meses e ano inteiro,
Naquele lugar a gente se encontrando.
Ela pediu pra não falar de amor
Notou que eu estava me apaixonando.
Quando estava no efeito da bebida
A sua vida aos poucos ia contando.
Com seu passado não me importava
No meu pensamento ela estava me usando.
Gostava mesmo era daquele vinho
Que todos dias eu ia pagando.
Um certo dia dali fui fugindo
E só pensando com quem vou falar.
Mas a saudade me deixava louco
Voltei atrás dela, neste mesmo bar.
O garçom me viu e foi avisando:
Ela foi pra longe e não vai voltar,
Falou que te amava com sinceridade
Não teve coragem de te revelar.
Agora sou eu que procuro um amigo
Com disposição para me escutar.
a
Maria Verônica06/04/2017
Neste ano de 2016 está completando 40 anos que alcancei esta graça. Meu filho tinha 7 anos e desde os 3 ele sofria desmaios, daqueles mais tristes. Cerrava o queixo e mordia a língua, que até sangrava. Ficava parecendo que estava morto e tinha que tomar a injeção de gardenal para voltar o sentido. Nós morávamos a mais de dez quilômetros da cidade de Pará de Minas, as estradas eram péssimas e também era difícil arrumar condução para chegar com ele ao hospital, pois a injeção só podia ser aplicada lá.
Um dia, meu marido disse: vou levar este menino no Padre Libério para pedir uma benção. Levamos, e o Padre Libério rezou com o nosso filho e deu uma benção, dizendo: não vai mais sofrer desmaios, pela Sagrada Família está curado. Realmente nunca mais sofreu desmaios. Aquele menino que por ele foi abençoado, completou em janeiro de 2016, 47 anos e, é um homem forte e sadio.
Essa graça aconteceu, quando o Padre Libério morava em uma casa perto da Igreja de Nossa Senhora das Graças e quase já não saia do quarto. Depois disso, o médico que visitava as comunidades rurais naquele tempo e que cuidava do meu filho me disse: ‘vou dar a receita do gardenal’, remédio que usava diariamente, e mesmo assim ainda sofria as crises, que só melhorava com a injeção. E completou: ‘ele esta curado, mas compra o remédio e guarda, para a senhora ficar mais tranquila, mas não precisa usar, só se ele queixar de dor na nuca’. Graças ao bom Deus, nunca sentiu mais nada. Fico pensando que o anjo da guarda de Padre Libério até comunicou com o anjo da guarda de Dr. Nermival, o médico que visitava as comunidades rurais, incluindo Aparição, onde morávamos, cuidando dos doentes.
Se Deus quiser vai acontecer a beatificação deste Santo Padre, muito em breve. Quando podia andar, ele foi muitas vezes atender confissões dos doentes nas roças, passando pelos trilhos sujos no meio das capoeiras, pastos por onde andava o gado, em meio a carrapatos, abelhas, maribondos, cobras e espinhos. Vivia com o perigo e no meio do perigo. Naquela época ele já era considerado um santo para nós.
Hoje, rezo mais pela sua beatificação, do que para pedir graças, pois além da graça mencionada, alcançada por mim e meu marido, já alcancei muitas outras que pedi na hora de necessidade. Que Deus abençoe sua santa alma.
.
a
-
Conheça a Dona Verônica -
Eu, Maria Verônica de Abreu Santos, nasci no dia 9 de abril de 1938, no povoado de Limas do Pará.…
Continuar lendo