FAZENDA VELHA

Maria Verônica19/05/2016

Na terra onde nasci
Passei a semana inteira,
Já vi a destruição
Quando cheguei na porteira.
Alguém a jogou no chão
E pôs fogo na madeira,
As ervas de passarinho
Destruiu a laranjeira.
Jogaram fogo no pasto
E queimou minha palmeira,
Brotou só galho de espinho
Na estrada boiadeira.

Vejo a cerca do curral
Cobriu toda de cipó.
Até o fogão de lenha
Querido de minha avó,
Cupim ali faz morada
E está de fazer dó.
Nas tardes, não mais escuto
Nem o cantar do socó,
Pois o brejo onde moravam
Secou tudo e virou pó.
Até o pé da figueira
Já resta um galho só.

Ainda muito criança
Eu morei neste lugar.
Arrendamos a fazenda
Pra em outra trabalhar,
Porque aqui não tinha escola
Papai quis nos estudar.
Estamos todos formados
E pretendemos voltar,
Quem arrendou, destruiu tudo!
Queremos recomeçar
Porque a fazenda velha
Não pode desmoronar.