HOMENAGEM PERDIDA
Maria Verônica11/11/2016
Não falo mal do outro
Pra de mim ninguém falar.
Mas vejo certas coisas
Difícil de aguentar.
Muitas vezes travo a língua
Pra ela não se soltar,
Tem coisas que o povo faz
Que não dá pra se calar.
Depois que morre o coitado
É que vão homenagear.
Enquanto o sujeito vive
Por muitos é desprezado,
No dia que ele morre
Vem gente de todo lado.
E tem gente que ainda chora
Mas é só pra ser notado.
Fica bem perto do caixão
Para ser cumprimentado,
Dizendo era tão bom
Morreu um pobre coitado.
Quando morre um cantor
Pouca gente o conhecia.
Lutando gravou um CD
Só a família sabia,
Porque nem uma emissora
Tocou sua melodia.
Mas quando o coitado morre
Toca o CD noite e dia.
Mesmo querendo pagar
Sua canção ninguém ouvia.
O dia que a gente morre
Também morre o ouvido.
Pra que prestar homenagem
Isto é tempo perdido.
Quanto tempo ele esperou
Ouvir o CD querido.
Costume que o povo tem
Agradar os falecidos,
Tem ruas, bairros e escolas
Com nome desconhecido.
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Conheça a Dona Verônica -
Eu, Maria Verônica de Abreu Santos, nasci no dia 9 de abril de 1938, no povoado de Limas do Pará.…
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