QUASE NADA MUDOU

Maria Verônica28/02/2025

Amigo, estou te escrevendo
porque quero te contar:
passei pelos velhos trilhos,
onde a gente andava para estudar.
Nada mudou... Cheguei na casinha,
onde era a escola daquele lugar.
Ela está fechada, só existe mato,
é uma taperinha só para recordar.

Também a igrejinha do padroeiro,
trinta anos e nada mudou.
O mato tão grande e a velha porteira
mostram que o povo de lado deixou.
Encontrei as meninas que ali estudavam,
e que coisa linda, como se transformaram!
Naquele tempo, quase não falavam,
hoje parecem rosas que desabrocharam.

O ipê amarelo e a velha porteira
ainda existem na encruzilhada,
onde a gente parava para descansar,
pois era muito longa a caminhada.
Quando me formar, talvez voltarei,
pois sinto saudade da velha morada.
O sossego da roça me fez decidir:
vou deixar a cidade e sua barulhada.