Maria Verônica01/11/2016

Todo mundo tem seu jeito
Todos tem sua vontade,
Muitos gostam é da roça
Outros vivem na cidade.
Cada um tem seu valor
Isto eu falo a verdade.
Os dois precisam um do outro
Isto não pode negar.
O que se colhe no campo
Cidadão tem que comprar,
E o que falta pro roceiro
Na cidade vai buscar.

Roceiro planta de tudo
É pesada sua lida,
Ainda engorda animais
Pra completar a comida.
Vive feliz no seu canto
Com a família reunida,
As coisinhas que não colhe
Vai na cidade comprar,
E também a gasolina
Porque não pode plantar.
E os tecidos pra roupa
Que não sabem fabricar.

Todos tem o seu valor
Os da roça e os da cidade,
Cada um na sua lida
Tem a sua utilidade.
Viver com educação
E com muita humildade.
Quando Jesus veio ao mundo
Não deixou separação,
Fosse pobre ou fosse rico
Ele dava seu perdão.
Ensinou que neste mundo
Todos nós somos irmãos.

a

Maria Verônica17/10/2016

Vida de caminhoneiro
Não é fácil pra levar,
Se encontra carga pra ida
Não encontra pra voltar.
Às vezes passa semana
Esperando encontrar,
Pensando em sua família
E nas contas pra pagar.
O resto do caminhão
Ainda está para quitar.

Sabe o dia da saída
Pra voltar não tem hora.
Vai com seu anjo da guarda
Jesus e Nossa Senhora.
Que não lhe falte carreto
Volte logo sem demora.
Não vai dirigir cansado
Pensando em ir embora,
Tem muitas curvas na estrada
Nem todas você decora.

Na estrada tem perigo
E gente sem coração,
Em casa alguém te espera
Com o rosário na mão.
O amanhã será feliz
Terminou a prestação.
Agora você é dono
Do seu amigo caminhão!
Deve agradecer a Deus
Com bonita oração.



a

Maria Verônica28/09/2016

Nesta semana passada
Pelos campos andando,
Vi os galhos empoeirados
E o capim amarelando.
O milho sem dar espigas
Mesmo assim estão secando.
Nem uma nuvem no céu
O sol estava queimando.

Encontrei um lavrador
Ele veio reclamar,
Este ano faltou chuva
Plantação não quis vingar.
Esta safra está perdida
O caso é de chorar.
Eu esperava a colheita
Pra minhas contas pagar.

Eu peguei na sua mão
Senti toda calejada.
O pequeno produtor
É uma classe abandonada.
Só buraco e poeira
Existe em sua estrada,
Eu não sei quem é o chefe de obras
Mas não está fazendo nada.

Voltando para a cidade
Pensei naquele senhor.
O cidadão precisava
Dar um pouco de valor,
Pois tudo que nós comemos
Tem a mão do lavrador.
Trabalha o dia inteiro
Sem ninguém lhe dar valor.

a

Maria Verônica11/09/2016

Se você está sofrendo
Procurando um amigo?
Se o seu caso é serio
Vem aqui falar comigo.
Já vive abandonada
Não tem ninguém contigo?
Não tem morada certa?
Eu vou te dar abrigo.

Gosto é de mulher madura
Pra evitar confusão.
Eu vejo se é de menor
Não abro nem o portão.
Se encher casa de filho,
Tenho que pagar pensão.
Eu estou desempregado
Não ganho nem um tostão.

Eu quero a casa cheia
Só mulher abandonada.
Eu não gosto de menor
E nem de mulher casada.
Não desmancho casamento
Porque isto é coisa errada.
Se não for comprometida
Pode vir que dou morada.

Quando aparecer serviço
Juntos, vamos trabalhar.
A casa é muito grande
Precisamos arrumar.
Tenho reserva no banco
Eu não gosto é de falar.
Nem conforto, nem carinho
Pra elas não vai faltar.

a

Maria Verônica30/08/2016

Já tem muita gente olhando
A placa que coloquei.
Estou alugando a casa
O lugar onde morei.
Vou somente avisando
Um quarto eu reservei.
Preciso examinar tudo
Que nele eu encontrei.
Ficava sempre trancado
Um dia desconfiei.

Na verdade eu tive medo
De ser desprezado um dia.
O amor que eu tinha nela
No meu peito não cabia.
Esta fazendo dez anos
Que vivo nesta agonia,
Aquele quarto fechado
Da cabeça não saía.
Então resolvi saber
O que ela me escondia.

Eu falei: Abra este quarto
Vou ver o que tem guardado!
Ela me jogou a chave
E nem olhou pro meu lado.
Quando eu abri a porta
Já vi tudo confirmado,
Tinha vestido granfino
No cabide pendurado.
Sua agenda explicando
Dia de encontro marcado.

Eu chorei igual criança
Deitado ali no chão.
E tudo que eu pegava
Tinha sinal de traição.
Ouvi barulho de carro
E batida do portão
Eu não vi com quem saiu
E nem qual a direção.
Tem muita mulher no mundo
Que só faz ingratidão.

a

Maria Verônica29/08/2016


Olá mulherada!
Estão rindo de mim?
Eu estou cambaleando.
É cachaça sim.

Eu bebo com meu dinheiro
Porque operário eu sou.
É só na segunda-feira
Que no serviço não vou.

A mulher que mais gostei
Disse adeus e foi embora.
Se cansou de me ver tonto
Jogando conversa fora.

Ela já foi muito tarde
Eu não estou ligando.
Tem miséria neste mundo
Mas mulher está sobrando.

Segunda-feira eu me cuido
Pra ressaca melhorar.
Chegando fim de semana
Mais cachaça vou tomar.

Eu bebo minha cachaça
Mas não peço pra ninguém,
E não deve me pedir
Que não vou pagar também.

Se alguém pede uma pinga
Eu falo que estou quebrado.
Se é coisa que detesto
É ver tonto do meu lado.

a

Maria Verônica22/08/2016

Ficai comigo Senhor!
Vejo a tarde aproximando.
Atrás da tarde, a noite
Também já está chegando.
Não tenho com quem falar
Nem por ninguém esperando.
Eu sei que não vai chegar
Em mim não estão pensando.

Assim que o sol se esconde
Vem logo a escuridão.
Hoje não tem lua cheia
Pra clarear o sertão.
Só o brilho das estrelas
E um pequeno lampião.
Eu moro mesmo sozinho
Com a famosa solidão.

A minha família é grande
Pra cidade quis mudar.
A terra onde nasci
Eu não vou abandonar.
Os barulhos da cidade
Sei que vão me atormentar
Por isso peço: Oh Jesus!
Vem comigo conversar.

Sinto a presença de Deus
Então faço minha prece.
Eu sou um pai de família
Que chorando te agradece.
Pois o bem que hoje faz
Nem sempre ele aparece.
O pai já não é mais dono
Depois que o filho cresce.

a

Maria Verônica12/08/2016

Saudades da minha casa
Na roça onde morei.
O sítio era pequeno
Mas dele sempre cuidei.
Feijão, verduras e frutas,
Comprar nunca precisei.
Se alguém pedia um pouco
Também eu nunca neguei.
Hoje fico me perguntando:
Meu Deus! Porque eu mudei?


Trabalho pra quem me chama,
Ganhando só mixaria.
Foi embora aquele tempo
Que a vida me sorria.
De manhã até a noite
Trabalhava todo dia,
Hoje me falta o dinheiro
E a lata está vazia.
Eu vou comprando os quilinhos
Daquilo que repartia.

De coração agradeço
A Deus e nossa Senhora.
Por não ter vendido o sitio,
Pensei bem naquela hora.
Só aluguei por dois anos
Já está vencendo agora.
Eu, a patroa e os filhinhos,
Vamos voltar sem demora.
As frutas estão maduras
Manga, caju e amora.

Para morar na cidade
Tem que ser endinheirado.
Com diploma de doutor
Emprego não tem faltado.
Mas um pobre sem leitura
Em um bairro abandonado,
E se for comprar de tudo
No tal de supermercado,
Sem emprego e sem dinheiro
Tenho pena do coitado.

a

Maria Verônica05/08/2016

Estou mandando um bilhete
Somente pra te avisar,
Rezei muito pra você
Destas fofocas deixar.
Jesus Cristo está na frente
Não me deixa um só momento,
A sua feitiçaria
Não destrói meu casamento.

No tempo que te amei
Foi desprezo que me deu,
E hoje fica lutando
Pra tirar o que é meu.
Eu rezo sempre o rosário
E o salmo de cada dia,
Você não vai me pegar
Com sua macumbaria.

Eu quero que você suma
Deste pedaço de chão,
Pois você sempre falava
Tinha ódio do sertão.
Jesus Cristo sabe tudo
Meu pedido está de pé,
Você não sumiu ainda
É porque rezei sem fé.

Vou fazer com mais amor
Toda minha oração,
Porque eu e minha esposa
Temos fé no coração.
Desmancho com água benta
Toda sua porcaria,
Quero saber que sumiu
Quando amanhecer o dia.

a

Maria Verônica18/07/2016

Ai, você tem que dá, tem que dá
Aquele beijo que você me prometeu.
Faz tanto tempo
E ainda não me deu.
Sei que estou no meu direito
Eu só quero o que é meu,
Não fui eu que pedi beijo
Foi você que ofereceu.

Agora fica fugindo
Mas eu vou sempre cobrar,
Quero receber com juros
E você tem que pagar.
Eu vou seguir os seus passos
Por onde você andar,
Vai ficar me conhecendo
Quando eu te encontrar.

Sou teimoso até comigo
Quando quero, eu faço e faço.
Se me deve, eu recebo
Nunca tive um fracasso.
Já está chegando a hora
De você cair no laço.
O dia que te pegar
Quero beijo e quero abraço.

a

Início    Voltar  3  4  5  6  7  8  9  Avançar    Fim