Maria Verônica01/06/2014

Ainda não resolvi,
Primeiro quero pensar...
Se devo viver sozinho
Ou se devo te buscar.
Você tem seus compromissos,
Eu vivo aqui sem ninguém,
Se um dia se arrepender
Virá contra mim também.

Falou que é mal amada
E comigo quer morar.
Mas só quando está jogada
É que vem me procurar.
Vou pensar tudo primeiro
Nada se resolve assim.
Eu posso me apaixonar
E você fugir de mim.

Já levei tantas patadas,
Por este mundo vagando.
Eu já conheço de perto
A vida que estás levando.
Melhor é viver sozinho
Do que de novo arriscar.
Já fui um homem perdido
Lutei para me encontrar.

a

Maria Verônica26/05/2014

Veja o que me aconteceu
Pra vocês eu vou contar,
Pode reunir o povo
Pra todo mundo escutar.
Eu hoje fui à cidade
Depois de a chuva estiar,
Parei perto do banco
onde precisava entrar.
Ali parou um granfino,
Começou me criticar:
Pra você vir à cidade
Seu carro deve lavar,
Fica todo avermelhado
Quem nele se encostar!
Respondi na mesma hora:
Seu doutor vou lhe explicar...

A lama que tem no carro
É alegria de roceiro!
Muitos dias de sol quente,
Choveu hoje o dia inteiro.
A estrada empoeirada
Formou grande lamaceiro.
Precisei vir ao banco
Pra pegar algum dinheiro.
Hoje faço pagamento
Pra todos meus companheiros,
Pois juntos trabalhamos
Para o povo brasileiro.
Meu carro não é bonito
Mas não fica no atoleiro,
Lavo ele quando posso,
Cumpro meu dever primeiro.

Vá um dia lá na roça
Conhecer a plantação,
Verá que da terra vermelha
Vem nossa alimentação.
Do asfalto e do cimento
Não nasce arroz e feijão
E também não nasce o trigo
Pra você fazer o pão.
Seu doutor, não me zanguei
Por chamar minha atenção.
O que eu estou falando
Que te sirva de lição,
Nós somos todos iguais
Da cidade ou do sertão,
É bonito ser formado
Mas precisa, educação.

a

Maria Verônica28/01/2014

No seio de minha mãe
Quando gerando eu estava,
Ouvi um som de viola,
Era papai que tocava.
Eu nasci e fui crescendo
Mais feliz ele ficava,
As modinhas do seu tempo,
Para mim ele cantava.
Parece que eu sabia
Tudo que papai falava.

Desde muito pequenino
Onde ele andava, eu andei.
Todas as notas musicais
Depressa eu decorei.
Viola não deu dinheiro,
Mas namorada arrumei.
Quando resolvi casar
Escolhi quem mais amei.
Já fui logo avisando,
Viola não deixarei.


Papai hoje está velhinho
Por ele sinto respeito.
Eu procuro um grande amigo,
que ele seja perfeito.
Peço pra quando eu morrer,
Faça um caixão do meu jeito.
Eu quero ficar deitado
Só do seu lado direito,
Porque do meu lado esquerdo
Levo a viola no peito.

Eu chegando lá no céu,
a viola vou tocar.
Tenho toda a certeza
São Pedro me manda entrar.
Violeiros que já foram,
Com todos quero encontrar.
Vamos reunir os Santos,
Pra eles vamos cantar.
Vou pedir ao Pai Eterno
Para nos abençoar.

a

Maria Verônica04/01/2014

Estrelas no céu brilhando!
O sino também tocou!
Já estamos na virada,
O ano novo chegou!
Tem gente fazendo festa,
Na igreja alguém rezou
Agradecendo a Deus
Pelo ano que passou.
Pedindo paz e saúde
No ano que começou.

Já é 2014!
Aguenta meu coração!
Este ano é recheado,
Temos copa e eleição.
Que o povo seja amigo,
Evitando confusão.
Seja o Brasil vencedor,
Na copa ser campeão.
Que saibam bem escolher
Quem vai cuidar da nação.

Jesus Cristo traz saúde,
Pois está bem devagar.
Andando com passos lentos,
Demora muito a chegar.
Tantos pobres sem dinheiro
Para consulta pagar.
Já devendo na farmácia,
Desempregado e sem lar.
Porém tudo se resolve,
Se a saúde não faltar.

a

Maria Verônica25/12/2013

O meu coração mandou,
Eu escrevi sem demora.
Uma pequena mensagem
Fui escrevendo na hora.
Parabéns, Virgem Maria!
Parabéns, Nossa Senhora!
És a mãe do Salvador
Que nasceu no mundo agora.

Quando o anjo anunciou,
Perturbou-se na verdade.
Mas o anjo disse tudo,
Qual seria a novidade.
Maria então disse SIM
Com carinho e bondade.
EIS A SERVA DO SENHOR,
FAÇA-SE EM MIM TUA VONTADE.

O filho que deste a luz
É nosso maior encanto.
Veio trazer o perdão
E enxugar nosso pranto.
Dar alívio aos sofredores
Que padecem em cada canto.
Parabéns! Oh, Virgem Mãe!
Esposa do Espírito Santo.

a

Maria Verônica14/12/2013

Chorei e choro,
Eu chorei e vou chorar.
Só queria entender
Porque quis me abandonar.
Nunca deixei faltar nada.
Tudo que ela quis, eu dei.
Com dinheiro ou sem dinheiro
Ela mandou, eu comprei.

Violão deixei de lado.
Já não quero mais tocar.
Escondo dos meus amigos
Pra nenhum me aconselhar.
Conselho se fosse bom,
Ninguém dava, só vendia.
Me desculpa meus amigos,
Quero chorar noite e dia.

Eu só quero descobrir
Com quem ela foi embora.
Vizinhança nada fala,
Então choro toda hora.
Sei que o angu tem caroço,
Do contrário alguém dizia.
Sofrer com estou sofrendo,
Choro mesmo noite e dia.

a

Maria Verônica12/12/2013

Vem seu moço!
Dá uma chegada aqui!
Ver a terra onde moro,
O rancho onde nasci.
Conhecer a mina d’água
Que abastece o povoado.
Saracura lá no brejo,
Seriema no cerrado.

Vem ver de perto
As belezas do lugar,
Flores que brotam no campo
Sem ser preciso plantar.
Ver a poeira da estrada,
Aonde o asfalto não veio.
Eu acho tudo tão bonito
Tem gente que acha feio.

Vem ver o jeito
Que o povo dança na roça.
Pulando, levanta o pó
No terreiro da palhoça.
Nas noites de lua cheia
Nem acende o lampião.
É com o brilho das estrelas
E a lua e seu clarão.

Quando estudei,
Foi aí nesta cidade.
Senti o tempo parando,
Quase morri de saudade.
Encontrei muitos amigos,
Porém não pude esquecer.
Espero vocês aqui,
Pois na roça vou viver.

a

Maria Verônica11/12/2013

Jesus semeou a semente,
Me pediu para dela cuidar.
Que eu não parasse no tempo,
Ajudasse também semear.
Bem depressa aprendi que a semente
É a palavra que devo ensinar.
Pelo mundo andei semeando
Explicando como cultivar.
Porém minha ilusão foi maior,
Deixei a semente secar.

Estou vendo que só eu passei
E o tempo parado ficou.
Sem seguir a palavra de Deus,
Não fiz nada que ele mandou.
Da ilusão e riqueza do mundo,
Só tristeza e desgosto sobrou.
Pelas ruas, vivo mendigando,
Com o resto que o povo deixou.
Quem também consumiu meu dinheiro,
Nem procura saber como estou.

Com os trabalhos da vida, eu pensava.
Se pudesse queria voltar.
Eu ouvi uma voz me dizendo:
“nunca é tarde pra recomeçar."
Pega logo a palavra de Deus
E comece de novo ensinar.
Procura de novo a semente
Pelo mundo comece espalhar.
Com muito cuidado e carinho,
Novamente ela torna brotar.

a

Maria Verônica26/11/2013

Muitas vezes a gente erra,
Sem notar que está errando.
De repente a gente ama,
Sem saber que está amando.
A coisa que mais detesto,
Ver alguém me criticando.
Me abraça e vira as costas,
Mal de mim está falando.

Certos parentes e amigos,
Gostam bem de aparecer.
Num jeitão de brincadeira,
Procuram te ofender.
Porém um pingo é letra
Pra todos que sabem ler.
Então já descobriu tudo
Que queriam te dizer.

Para escrever poesia
Tem que ter inspiração,
Cabeça bem arejada,
Caneta firme na mão.
Escrever só as palavras
Que manda o coração
E as frases mais bonitas,
Guardar pra recordação.

Gosto de escrever depressa
Para nada esquecer.
Sou igual uma criança
Que tem pressa de crescer.
Não sabe que gente grande,
Sofre muito sem querer.
Muitos podem não gostar
Do que acabei de escrever.

a

Maria Verônica24/11/2013

Cheiro de terra molhada
É alegria no sertão.
As terras já preparadas,
Vai fazendo a plantação.
Este ano tem fartura:
Milho, café e algodão.
As hortaliças verdinhas,
Também arroz e feijão.
Sertanejo não reclama
Dos grandes calos na mão.
Seu protetor de pele
É o suor que cai no chão.


Sertanejo de verdade,
Nunca perde a tradição.
Trabalham sempre em família,
Forma grande mutirão.
Se tem gente adoentado,
Eles fazem reunião.
Limpam as roças do doente,
Sem ganhar nem um tostão
E lá no eito da roça,
Cantam bonita canção.
Só cantiga sertaneja,
Coisas lindas do sertão.

Sertanejo dorme cedo,
Levanta de madrugadão.
Já está no pé do eito,
Quando o sol traz seu clarão.
Se a seca é prolongada,
Eles fazem oração.
Vão rezando e pedindo,
Ao santo de devoção.
Quando começa a chover,
Até choram de emoção.
Dizem que o pingo da chuva,
É ouro que cai no chão.

a

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