Maria Verônica07/06/2015
Amar um alguém
E ele te deixar.
Partir pra bem longe
E não mais voltar...
Isto se chama saudade!
Viver num ranchinho
E ter que se mudar,
Saber que a enchente
O fez desabar...
Isto se chama saudade!
Ver a mina d’água
Que do chão brotou,
Agora está seca
Pois ninguém dela cuidou...
Isto se chama saudade!
Dos frutos do campo
Que nada restou,
Pois a natureza
Alguém massacrou...
Isto se chama saudade!
Passou na pobreza
A infância querida,
Se pudesse voltava
Esta fase da vida...
Isto se chama saudade!
Recorda a viola
Que foi destruída
E as serenatas
Jamais esquecidas...
Isto se chama saudade!
Minha juventude
Depressa passou.
Promessas e sonhos
Foi o que restou...
Isto se chama saudade!
Chegando a velhice
Feliz eu estou!
Tristeza e alegria
Tudo se acabou...
Agora eu digo: Isto é felicidade!
a
Maria Verônica13/03/2015
Eu sei que existem bons políticos, mas alguns deles eu considero como dois times jogando futebol.
A torcida fica aflita e esperando, mas é ataques e mais ataques. Fica só assim até o final, nada de gol.
Certos políticos também são assim, debates e mais debates, ataques e mais ataques... Termina os quatro anos e nada feito.
Tudo velho e centenário!
a
Maria Verônica10/03/2015
Foi besteira o que fizeste
Só besteira você faz,
Desprezando meu amor
Por causa de outro rapaz.
Ele não quer seu carinho
E já sabes bem porque,
Ele ama é sua amiga
E não gosta de você.
Vive esperando por ele
E eu sempre a te esperar,
O sol nasce e se esconde
Nada de você chegar.
Eu saio pelas estradas
Noite escura e sem lua,
Vou contando as estrelas
Choro de saudades tua.
Já mandei muitas mensagens
E resposta não mandou,
Nem pra dizer a verdade
Que de mim nunca gostou.
Pensei muito e decidi
Vou deixar de ser palhaço,
Tantas meninas bonitas
Esperando meu abraço.
O tempo que te amei
Foi o tempo mais perdido,
Eu procuro uma morena
Que me queira pra marido.
Nós vamos viver felizes
E o passado esquecer,
Se um amor vai, um outro vem
Não preciso mais sofrer.
a
Maria Verônica16/02/2015
Meu Deus, eu sei que este mundo é só uma passagem, como se estivéssemos atravessando uma rua, de um lado para o outro, é muito curta.
Temos que cuidar muito bem da alma, esta sim, terá morada eterna. Por isso peço de coração:
Me guarde assim como sou,
Me olha assim como sou,
Me aceita assim como sou,
Me conforta e me consola na angústia, assim como sou.
Seja sempre minha companhia, assim como sou,
Esteja sempre atento às minhas necessidades, assim como sou.
Cuida de mim assim como sou,
Me perdoa assim como sou.
Ainda não tenho forças para fazer sua vontade, só sei fazer as minhas, desculpe-me, mas sou assim, vivendo e convivendo com o erro. Tudo está em suas mãos, me ajude a mudar, quando se cansar de mim, assim como sou.
a
Maria Verônica12/02/2015
Quando somos bebezinhos choramos muito, mas não sabemos de nada. Qualquer coisa estamos sentindo: dor, fome, sono, saudade dos braços da mamãe ou do papai , que hoje não tem tempo nem pra olhar se o bebê está com a fralda molhada ou suja, se passou da hora do alimento, do remedinho para tirar dor de barriga ou outra dor que o filho sente.
A mãe sente tristeza e fica resmungando: Que menino chorão e aborrecido! O almoço já está atrasado! Daqui a pouco chega o seu pai e você não dá tempo pra nada!
Nisto chega o pai com celular moderno, mandando e recebendo mensagens. Já vai logo dizendo: Este menino chora tanto, que me faz perder a fome.
Este drama dura muitos meses. Depois vem os primeiros brinquedos, as roupinhas bonitas, os primeiros passinhos, os primeiros tombos que já fazem os pais sorrirem e ficarem alegres.
Com o passar do tempo vem a preocupação com escola. Onde vai estudar, quem vai levar e buscar, quem vai cuidar enquanto os pais trabalham...
Então o pai fala: Quando estava bebezinho era melhor! Você estava de licença aqueles meses e cuidava dele. E agora?
Ela responde: Estou pensando... Sua mãe poderia cuidar dele!
Ah sim! Porque não a sua! Diz o pai.
Ela sai nervosa dizendo: vou olhar creche!
Faz bem! Diz o pai.
Passa os dias e conversam de novo: Falta só um mês pra começar as aulas e nada feito. As creches estão lotadas.
Sua mãe olha de manhã e a minha olha na parte da tarde.
É o jeito! Embora as avós tem o costume de dar doces, balas pirulitos e alimentos que não são saudáveis para os netos. Mas o que fazer?
Se elas aceitarem vão ajudar bastante!
Passam- se os meses, anos, a mesma coisa: Levam e buscam os filhos pra casa da avó, levam e buscam na escola.
Quando passam dezesseis, dezoito anos, os filhos resolvem tudo sozinhos. Mandam e desmandam. Dispensam qualquer pessoa para acompanhá-los.
Então é a tristeza e preocupação dos pais. Ficam o pai e a mãe perguntando um ao outro: Será com quem estão nossos filhos? Onde estão andando? Não sabemos! É a resposta.
O mundo moderno ensina muita coisa... Se tem dez acontecimentos bons, tem mil horrorosos.
Então sentem saudade do choro do filho pequeno e dos doces, balas ou qualquer coisa que a avó oferecia aos netos.
Ficam comentando: Como era bom todos juntos! Agora é só preocupação, nada mais.
a
Maria Verônica06/02/2015
Nesta terra onde nasci
Mudou tudo de repente,
Vão dividindo as fazendas
Destruindo as nascentes.
Eu vejo tudo de perto
Daqui nunca estive ausente
As lavouras estão secando,
Sem produzir a semente.
A terra trincou de seca
Onde havia água corrente.
Ribeirão que transbordava
Hoje tem poeira ardente
É tempo de muita chuva
Mas o sol está presente.
Vou pisando em terra bruta
Onde lutei contra enchente,
O povo inventando coisas
Muitos tipos diferente.
Quero ver é fazer chuva
E esfriar este sol quente.
Tem muitos querendo ser
Mais que Deus Onipotente,
Fabricando coisas feias
E a maldade vem na frente.
Eu vivo aqui no meu canto
Levo a vida simplesmente,
Recordo as grandes colheitas
Que faziam nossa gente.
Hoje ninguém enche as tuias
Como enchia antigamente.
Eu sei que os cientistas
Estão muito inteligentes
Fazem alguns medicamentos
Curando muitos doentes,
Os aparelhos sem fios
Onde falo com os parentes.
Queria é saber a vida
Que terei eternamente,
Isto só pertence a Deus
É segredo pra esta gente.
a
Maria Verônica31/01/2015
Eu escrevo porque gosto
Não foi ninguém que mandou,
Aprendi comigo mesmo
Ninguém nunca me ensinou.
O verso vem na cabeça
Escrevendo eu já vou,
Sinto no meu coração
Que muito famoso eu sou.
Tem até gente falando
Que eu quero aparecer,
Vocês estão enganados
Gosto mesmo é de escrever.
Não preciso vender letras
Eu vou já esclarecer,
Nasci de família pobre
Mas ganho bem pra viver.
Quando estou escrevendo
Vejo o mundo diferente,
Sinto até a presença
Dos amigos e dos parentes.
Se deixar tudo de lado
Posso até ficar doente,
Se não vencer a tristeza
A tristeza mata a gente.
Mesmo que falem de mim
Eu não lhes desejo mal,
Não ter fama em sua terra?
Isto é muito natural.
Dê valor pra você mesmo
E leve a vida normal,
Nem Jesus foi aplaudido
Em sua terra natal.
a
Maria Verônica15/01/2015
Estou notando que estou ficando muito aborrecida, implicando com tudo e com todos... Deve ser o mal da idade... Eu acho que sim...
Quando eu era jovem ou mesmo no meu tempo de menina, ajudei muitas e muitas vezes, minha mãe colher a semente de urucum. Preparava, socava no pilão, passava numa peneira bem fina, pra ficar bem fino aquele pó. Nós chamávamos aquilo de corante.
Quando acontecia de comprar macarrão, misturava-se um pouco do pó para ficar bonito, pois não havia dinheiro para a massa de tomate. A família toda comia e achava uma delícia. Eu sempre achava que só mudava a cor do macarrão. Não tinha nenhum sabor diferente. Se colocasse muita quantidade, dava fortes dores de intestino. O corante era puro, não tinha remédio como o comprado hoje.
Nunca gostei muito. Preferia o macarrão branco mesmo!
Não se colocava o pó em feijão, carne ou em outros alimentos como fazem hoje. Cruz credo! Hoje se coloca o pó até nas quitandas, nos salgadinhos, etc. Dizem que é para ficar bonito e saboroso.
Não sei... Deve ser mesmo a idade, pois não sinto sabor nenhum naquela coisa amarelinha! Prefiro branco, feio, mas gostoso! Por enquanto não encontrei o pó amarelo só no pão e em alguns biscoitos.
Vou até escrever o que me aconteceu um dia desses...
Cheguei no restaurante,
Peguei logo uma coxinha.
Quando dei uma mordida
Encontrei logo a coisinha.
Eu deixei ela de lado
Peguei então empadinha.
Parti ela ao meio
Estava muito coradinha.
“Vou comer um pão de queijo”!
Veio logo na ideia minha.
Foi feito com o tal corante
Sem um ovo de galinha.
Pensei: “Pastel é vento e batata
Não matava a fome que eu tinha”.
Resolvi pegar um pão
E ouvi uma voz baixinha:
“Quem come muito isto aí,
Depressa fica gordinha”.
Eu pensei comigo mesma:
“Posso até virar bolinha
Foi nele que encontrei
A cor pura da farinha”.
O que eu não quis, pus no lixo.
Não foi pra fazer gracinha...
É porque não gosto mesmo
Desta coisa amarelinha.
Este pó virou foi moda,
Igual roupa de mocinha.
Pra mim não é novidade,
Conheço desde novinha.
a
Maria Verônica30/11/2014
Andando pela cidade
Vejo as ruas enfeitadas
O povo achando bonito
Eu não vejo graça em nada.
Só não sai do meu sentido
Aquele ipê da estrada
Bem pertinho da porteira
Com flores amareladas.
Amigo vou te falar
Eu tenho a maior certeza
Quando deixei minha terra
Lá deixei toda beleza.
Até mesmo os passarinhos
Aqui cantam com tristeza
Trancados em uma grade
Distantes da natureza.
Eu deixei muitos amigos
E amigas de verdade
Não quis saber de namoro
Pra não sentir mais saudade.
Porque já tinha a certeza
Meu destino era a cidade
Pra fazer gosto aos meus pais
Hoje estou na faculdade.
Meu sonho é viver na roça
E cuidar da plantação,
Olhando as flores do ipê
Colorindo aquele chão.
Eu tenho grande esperança
Que me alegra o coração,
Pois depois que me formar
Voltarei pro meu sertão.
a
Maria Verônica11/11/2014
Lá nas Bodas de Caná
Jesus estava presente,
Era um dos convidados
E também os seus parentes.
Fez seu primeiro milagre,
Mas não foi publicamente,
Quem assistiu foi Maria
E da festa os serventes.
Eles não tem mais vinho,
A mãe de Jesus falou.
Ele disse: não compete a nós
Minha hora não chegou.
Mas, Maria confiante
Aos serventes ela explicou
Fazei tudo que ele disser.
E Jesus então ordenou:
Enchei as talhas de água
Aos serventes Jesus mandou.
Leve agora ao mestre sala
Da água que transformou.
E o mestre sala provando
Com o noivo ele falou
Primeiro serve o bom vinho
O melhor, tu, porém reservou.
A origem daquele vinho
Só os serventes sabiam,
Pois da água transformada
Aos convidados serviam.
De Caná da Galiléia
Jesus e os parentes partiam
Destino a Cafarnaum
Onde pouco ficariam.
a
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Conheça a Dona Verônica -
Eu, Maria Verônica de Abreu Santos, nasci no dia 9 de abril de 1938, no povoado de Limas do Pará.…
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