Maria Verônica25/12/2013

O meu coração mandou,
Eu escrevi sem demora.
Uma pequena mensagem
Fui escrevendo na hora.
Parabéns, Virgem Maria!
Parabéns, Nossa Senhora!
És a mãe do Salvador
Que nasceu no mundo agora.

Quando o anjo anunciou,
Perturbou-se na verdade.
Mas o anjo disse tudo,
Qual seria a novidade.
Maria então disse SIM
Com carinho e bondade.
EIS A SERVA DO SENHOR,
FAÇA-SE EM MIM TUA VONTADE.

O filho que deste a luz
É nosso maior encanto.
Veio trazer o perdão
E enxugar nosso pranto.
Dar alívio aos sofredores
Que padecem em cada canto.
Parabéns! Oh, Virgem Mãe!
Esposa do Espírito Santo.

a

Maria Verônica14/12/2013

Chorei e choro,
Eu chorei e vou chorar.
Só queria entender
Porque quis me abandonar.
Nunca deixei faltar nada.
Tudo que ela quis, eu dei.
Com dinheiro ou sem dinheiro
Ela mandou, eu comprei.

Violão deixei de lado.
Já não quero mais tocar.
Escondo dos meus amigos
Pra nenhum me aconselhar.
Conselho se fosse bom,
Ninguém dava, só vendia.
Me desculpa meus amigos,
Quero chorar noite e dia.

Eu só quero descobrir
Com quem ela foi embora.
Vizinhança nada fala,
Então choro toda hora.
Sei que o angu tem caroço,
Do contrário alguém dizia.
Sofrer com estou sofrendo,
Choro mesmo noite e dia.

a

Maria Verônica12/12/2013

Vem seu moço!
Dá uma chegada aqui!
Ver a terra onde moro,
O rancho onde nasci.
Conhecer a mina d’água
Que abastece o povoado.
Saracura lá no brejo,
Seriema no cerrado.

Vem ver de perto
As belezas do lugar,
Flores que brotam no campo
Sem ser preciso plantar.
Ver a poeira da estrada,
Aonde o asfalto não veio.
Eu acho tudo tão bonito
Tem gente que acha feio.

Vem ver o jeito
Que o povo dança na roça.
Pulando, levanta o pó
No terreiro da palhoça.
Nas noites de lua cheia
Nem acende o lampião.
É com o brilho das estrelas
E a lua e seu clarão.

Quando estudei,
Foi aí nesta cidade.
Senti o tempo parando,
Quase morri de saudade.
Encontrei muitos amigos,
Porém não pude esquecer.
Espero vocês aqui,
Pois na roça vou viver.

a

Maria Verônica11/12/2013

Jesus semeou a semente,
Me pediu para dela cuidar.
Que eu não parasse no tempo,
Ajudasse também semear.
Bem depressa aprendi que a semente
É a palavra que devo ensinar.
Pelo mundo andei semeando
Explicando como cultivar.
Porém minha ilusão foi maior,
Deixei a semente secar.

Estou vendo que só eu passei
E o tempo parado ficou.
Sem seguir a palavra de Deus,
Não fiz nada que ele mandou.
Da ilusão e riqueza do mundo,
Só tristeza e desgosto sobrou.
Pelas ruas, vivo mendigando,
Com o resto que o povo deixou.
Quem também consumiu meu dinheiro,
Nem procura saber como estou.

Com os trabalhos da vida, eu pensava.
Se pudesse queria voltar.
Eu ouvi uma voz me dizendo:
“nunca é tarde pra recomeçar."
Pega logo a palavra de Deus
E comece de novo ensinar.
Procura de novo a semente
Pelo mundo comece espalhar.
Com muito cuidado e carinho,
Novamente ela torna brotar.

a

Maria Verônica26/11/2013

Muitas vezes a gente erra,
Sem notar que está errando.
De repente a gente ama,
Sem saber que está amando.
A coisa que mais detesto,
Ver alguém me criticando.
Me abraça e vira as costas,
Mal de mim está falando.

Certos parentes e amigos,
Gostam bem de aparecer.
Num jeitão de brincadeira,
Procuram te ofender.
Porém um pingo é letra
Pra todos que sabem ler.
Então já descobriu tudo
Que queriam te dizer.

Para escrever poesia
Tem que ter inspiração,
Cabeça bem arejada,
Caneta firme na mão.
Escrever só as palavras
Que manda o coração
E as frases mais bonitas,
Guardar pra recordação.

Gosto de escrever depressa
Para nada esquecer.
Sou igual uma criança
Que tem pressa de crescer.
Não sabe que gente grande,
Sofre muito sem querer.
Muitos podem não gostar
Do que acabei de escrever.

a

Maria Verônica24/11/2013

Cheiro de terra molhada
É alegria no sertão.
As terras já preparadas,
Vai fazendo a plantação.
Este ano tem fartura:
Milho, café e algodão.
As hortaliças verdinhas,
Também arroz e feijão.
Sertanejo não reclama
Dos grandes calos na mão.
Seu protetor de pele
É o suor que cai no chão.


Sertanejo de verdade,
Nunca perde a tradição.
Trabalham sempre em família,
Forma grande mutirão.
Se tem gente adoentado,
Eles fazem reunião.
Limpam as roças do doente,
Sem ganhar nem um tostão
E lá no eito da roça,
Cantam bonita canção.
Só cantiga sertaneja,
Coisas lindas do sertão.

Sertanejo dorme cedo,
Levanta de madrugadão.
Já está no pé do eito,
Quando o sol traz seu clarão.
Se a seca é prolongada,
Eles fazem oração.
Vão rezando e pedindo,
Ao santo de devoção.
Quando começa a chover,
Até choram de emoção.
Dizem que o pingo da chuva,
É ouro que cai no chão.

a

Maria Verônica17/11/2013

Eu plantei rosas vermelhas
Em um canto do jardim.
No outro plantei o cravo,
Bem no meio alecrim.
Pra completar o canteiro
Plantei mudas de jasmim.
Formigas cortaram todas,
Não deixou nada pra mim.

Tornei cavar o canteiro,
Plantei tudo novamente.
Pra não ter outro desgosto,
Plantei tudo diferente.
Só de flores coloridas,
Escolhi bem a semente.
Veio borboletas brancas,
Matou todas de repente.

O que não é pra ser nosso,
Não é preciso teimar.
Assim fez meu amor,
Quando quis me abandonar.
Nem ligou se eu sofria,
Te pedindo pra ficar.
Foi embora com alguém
Para nunca mais voltar.

a

Maria Verônica18/10/2013

Rimar verso não é fácil.
É preciso pensar bem.
Pra falar da vida alheia,
Pensa na sua também.
Só vê defeito no outro,
Não olha o que você tem.
Cuida de você primeiro
Pra depois falar de alguém.
Faço rima porque gosto,
Não quero te magoar.
Eu sei que você falou
Que meu verso é sem rimar.
Faça do jeito que faço
Muita gente vai gostar.
Sou bastante inteligente
E posso te ajudar.

Eu gosto muito de mim,
Assim do jeito que sou.
Mesmo tendo a certeza
Que alguém de mim falou.
Um abraço pra você
Que leu meu verso e gostou.
Não posso agradar a todos,
Nem Jesus Cristo agradou.

a

Maria Verônica13/09/2013

Eu vou parar um pouquinho aqui,
Procurar o que ficou perdido.
É algo que ficou pra trás,
Sinto agora bem no meu sentido.
Velho papel que o vento levou
E estava desaparecido.
Velhas frases de um amor passado,
Que jurava ter esquecido.

Encontrei um velho caderno,
Com o tempo todo amarelado.
Versinhos de um amor que um dia,
Em um tronco foi gravado.
Como prova do primeiro amor
Que pensei nunca ter terminado.
Certo dia meu bem foi embora
E o tronco do ipê arrancado.

Eu parei pra fazer faxina,
Jogar fora o que eu não queria.
Porém quanto mais revirava,
Mais saudades eu sentia.
Vi carro de boi quebrado
Que nos dava o sustento do dia.
Os gritos de papai com os bois
Eram os mesmos que sempre ouvia.

De repente me vi no passado,
Revivendo minha mocidade.
Os amigos e amores que tive,
Me fizeram feliz de verdade.
Porém passou tudo depressa,
Acabou toda felicidade.
Quando ouço a porteira bater,
Alivia um pouco minha saudade.

a

Maria Verônica10/09/2013

Crianças venham depressa,
Recreio vai começar.
Já pode trazer a corda,
Comece logo a pular.
Traga também a bola
Pra todo mundo jogar.
Cada um tem sua vez,
Ninguém precisa brigar.

Antes de vir pra escola,
Escute o que vou falar.
Escove bem os dentinhos
Pro bichinho não entrar.
Ele chama pula pula,
Esconde em qualquer lugar.
Faz no dente um buraquinho,
Ali começa a morar.

Então começa doer,
Leva você à loucura.
Vai furando todos os dentes,
Fica mesmo uma feiura.
O jeito é tirá-los todos
E colocar dentadura.
Mas se o dente está limpinho,
O pula pula não fura.

Dentadura é um remendo!
Foi vovó que disse assim:
“Não posso mais chupar cana,
Comer castanha e amendoim.
Tenho medo que ela quebre
E o povo zombe de mim.
Eu não cuidei dos meus dentes,
Vou sofrer até o fim.”

a

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